O uso de “subwoofers” suspensos junto com os PAs principais vem experimentando um aumento significativo. Há várias vantagens na utilização, vamos comparar inicialmente os dois tipos de arranjos em uma sala simples, onde temos ouvintes distribuídos conforme a figura abaixo:
Levando em consideração a lei do inverso do quadrado da distância, que diz que há uma perda de 6 dBs cada vez que dobramos a distância de uma fonte sonora, vamos ter uma diferença de pressão entre os ouvintes em tela de 20 dBs. (20log 20/2). É um número inaceitável quando pensamos em homogeneidade de cobertura!
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Figura 1 |
Mesmo se levarmos em consideração que em uma sala fechada haverá um aumento na pressão sonora percebida pelos ouvintes que estão a 20 metros do sub por conta das reflexões que ocorrerão inevitavelmente, a diferença de pressão sonora entre os primeiros ouvintes e os últimos será muito grande.
Já quando penduramos os “subs” junto com o sistema principal, teremos a situação mostrada na figura 2.
Agora as distâncias são 8,8 metros para os primeiros ouvintes e 23,6 metros para os últimos. Isso nos dá uma diferença de pressão de cerca de 8,5 dB.
Ainda não é o ideal, mas é muito melhor do que os 20 dBs da situação anterior.
Se levarmos em consideração o “ganho da sala” devido às reflexões, podemos chegar próximo a valores aceitáveis, que são de cerca de 6 dBs.
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Figura 2 |
Uma das grandes objeções que há sobre o uso de “subs” suspensos é a suposta perda de pressão, devido à falta de acoplamento do “sub” com o piso. Vamos verificar como esse acoplamento realmente funciona?
Para isso, usarei o software de predição da Meyer Sound, o que facilitará muito o entendimento deste tópico.
Na figura 3, temos a simulação de um subwoofer suspenso em campo livre, ou seja, não há nenhum obstáculo onde possa haver qualquer tipo de reflexão.
O microfone está posicionado no eixo da caixa, a uma distância de 30 metros. Como podemos ver, temos uma pressão sonora média de 90,7 dB(Z) SPL e de 103,5 dB(Z) Peak.
Ou seja, isso seria a pressão sonora deste sub se suspenso em uma condição que não houvesse nenhum tipo de reflexão, nem mesmo do piso, a 30 metros, no eixo.
Agora posicionada no chão:
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Figura 4 |
Agora teve um ganho de cerca de 6 dBs, devido ao acoplamento com o piso. O microfone foi colocado na altura do ouvido de uma pessoa de pé, cerca de 1,70m. Os níveis são: 96,9 dB(Z) SPL e 109,4 dB(Z) Peak.
Se parássemos por aqui, teríamos a nítida impressão de que perderíamos 6 dBs de pressão sonora por conta da falta de acoplamento com o piso no caso dos “subs” suspensos.
Porém, na figura 3 não há simulação do piso! Então vamos simular um Sub a 4 metros do piso.
Veja a figura 5: de forma muito interessante, podemos perceber que há reflexão no piso, mesmo com os sub suspenso a 4 metros, não nos parece óbvio agora que esta reflexão ocorreria?
E qual o resultado desta reflexão na pressão sonora percebida pelos ouvintes?
Com o microfone na mesma posição da figura 4, encontramos uma média de 96,4 dB(Z) SPL e 108,9 dB(Z) Peak. Isso significa uma perda de 0,5 dB quando comparado com o sub no piso!
Agora para exemplificar, vamos dar uma olhada em um conjunto grande de “subs”, montado em arranjo “gradient” suspenso, na figura 5.
Percebam a inigualável homogeneidade que este arranjo proporciona, cada mudança de cor há uma diferença de 3 dBs na pressão sonora; isso nos mostra que temos praticamente a mesma pressão sonora de 12 a 45 metros, e uma perda de apenas 3 dBs de 45 a 60 metros.
Conclusão do autor:
Fácil: enquanto o público estiver no piso, podemos usar “subs” aéreos sem medo!!
A não ser que o objetivo do arranjo seja excesso de pressão sonora nas proximidades dos “subs” e pouca pressão nos últimos ouvintes…
Subgraves suspenso pois a uma duvida por causa se há uma perda de graves, que tecnicamente não há perda, e sim não a ganho pelo fato de não haver acoplamento, então subgraves suspenso é uma boa.
Fonte: Alexandre Rabaço
Deus Abençoe