Homem rompe a barreira do som ao saltar da estratosfera
Felix Baumgartner saltou de uma altura de mais de 39 mil metros e atingiu a velocidade de 1.173 km/h. "Foi mais difícil do que esperávamos", afirmou o atleta
o austríaco Felix Baumgartner fez história ao se tornar o primeiro homem a romper a barreira do som num salto livre.
O austríaco estava a 39 mil metros de altitude quando iniciou o salto, que foi concluído às 15h15, momento em que ele pisou no solo, na cidade de Roswell, nos Estados Unidos. O recorde anterior foi anotado em 1960 pelo norte-americano Joe Kittinger, coronel da Força Aérea Americana que saltou de uma altitude de 31,3 mil metros.
A queda livre de Baumgartner foi de quatro minutos e 19 segundos, o que não permitiu que ele batesse o recorde mundial nesta modalidade, que era de quatro minutos e 36 segundos. O austríaco conseguiu controlar a queda e evitou cair em parafuso, o que poderia tê-lo levado a perder a consciência – e à morte.
Depois da queda livre, ele abriu o paraquedas que o conduziu até o chão. A maior preocupação de sua equipe era com a integridade de seu traje. A roupa feita especialmente para o salto foi necessária para contrabalançar a pressão baixíssima exercida pela atmosfera sobre o corpo de Baumgartner a uma altitude tão elevada, onde o ar é extremamente rarefeito.
O que é barreira do Som?
O som se propaga no ar em ondas concêntricas, como faz uma pedra ao cair em um lago. A barreira do som é o limite de velocidade em que um avião pode se deslocar no ar sem atropelar as ondas sonoras emitidas por ele mesmo. A velocidade do som no ar é de 340 metros por segundo (1 200 km/h), aproximadamente. À medida que o avião acelera, essas ondas vão se juntando e ficando como que empilhadas à sua frente, como uma série de barbantes entrelaçados. Quando o avião finalmente consegue superar a velocidade das ondas, rompe esse cordão imaginário. “No momento em que a velocidade do som é ultrapassada, ouve-se um estrondo. É a isso que chamamos romper a barreira do som”, diz o físico Carlos Luengo, da Unicamp.
Uma vez rompida a barreira, não há mais estrondo, pois, embora as frentes de ondas continuem a se propagar, elas vão ficando para trás e o vôo prossegue totalmente silencioso. O primeiro vôo supersônico foi realizado em 14 de outubro de 1947, pelo americano Chuck Yeager, pilotando um Bell X-1. De acordo com Luengo, os primeiros aviões a ultrapassar a barreira faziam isso em queda livre.
Fonte: Época